Um passado além dos livros...
09 maro 2014

zoombido com moska, luiz guilherme e luiz nicolau 1Não sei se muitos sabem, mas o Livreiro que hoje lhes escreve, já teve um passado Rock n’ roll, com todas as delícias e excessos que essa palavra desperta no imaginário coletivo. Fiz parte da década de 80 e vivi o “boom” das bandas do Rock Nacional entre os integrantes da banda “Inimigos do Rei”, como cantor e compositor.

Alguns sucessos, algumas críticas favoráveis, outras nem tanto, muitos shows vividos em êxtase, o prazer de tocar num Rock in Rio e por todo o Brasil. Musicas tocadas em rádios e TV o que gerou um disco de ouro, hoje,  pendurado na parede do escritório, cercado por estantes e uma infinidade de livros. Mas ele ainda guarda seu brilho, sua história, seu valor afetivo.

A vida mudou, os caminhos foram outros, mas eu aproveitei cada instante desse meu passado musical e criativo ao lado de profissionais e amigos, todos muito queridos.

Ano passado, Paulinho Moska, músico, que apresenta no Canal Brasil o programa “Zoombido”, resolveu dedicar uma de suas produções à parceria que fizemos durante a fase inicial dos Inimigos do Rei. E assim, tivemos a oportunidade de reviver a formação inicial da banda em seu programa: eu, Paulinho Moska e Luiz Nicolau.


Há tempos que nos devíamos um encontro desses. Poderia ter sido sem as câmeras, num bar ou na casa de um nós, mas nosso reencontro foi ao ar e com uma produção elaborada, gostosa de fazer, ver e ouvir. Ontem foi reprisado e tive a chance de vê-lo novamente, dessa vez com calma e atenção, pois ano passado na época em que gravamos e foi ao ar, eu havia perdido meu pai. Não deu pra “curtir”.

Eu, Paulinho e Nicolau nos conhecemos no banheiro da CAL - Casa de Artes das Laranjeiras, quando fazíamos um curso de teatro e nos sintonizamos cantando uma mesma música, o “Blues da passagem”, do disco “Farra da Terra”, do grupo “Asdrubal Trouxe o Trombone”, dirigido por Hamilton Vaz Pereira. Daí, fomos para o coral “Garganta Profunda”, dirigido por Marcus Leite e por Nestor de Holanda Cavalcanti que derivou na necessidade de um trabalho musical com características mais próprias e peculiares a cada um de nós. Então, saímos e montamos os “Inimigos do Rei”.

Foi um tempo bom, divertido, alegre e sem maiores preocupações. Depois entraram outros músicos e a banda cresceu. E quando acabou - para cada um, em seu próprio tempo - o que ficou foi um enorme carinho por tudo que vivemos juntos.

Ter visto esse programa reprisado nesta semana, foi rever um pedaço feliz e criativo da minha vida, um período de experimentações ao lado daqueles dois artistas que hoje seguem suas carreiras e suas escolhas de forma igualmente digna e talentosa.

Recordar, falar, abraçar, contar, brincar, cantar, rir, gargalhar e relaxar. Tudo isso foi o que fizemos durante a gravação que durou quase um dia.

É bom quando o passado aparece embalado para presente e sela de forma tão generosa um período tão bom. E melhor ainda, ver que o prazer de estar ao lado de certos amigos continua inalterado.

É isso. Hoje a postagem não foi sobre livros, foi sobre um livreiro feliz com suas escolhas e em paz com a vida. Sim, porque a vida pode ser boa. Assim como um livro estrangeiro: uma boa tradução ajuda a compreensão da obra.

Clique na imagem abaixo e assista a um trecho do programa. E na próxima postagem, continuaremos com nossas sugestões de leitura. Um grande abraço a todos!

 

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